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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Nicette Bruno e Paulo Goulart falam sobre seu amor: 'Paixão e respeito'

Nicette Bruno e Paulo Goulart (Foto: Arquivo Pessoal/Ana Colla) 
Nicette Bruno e Paulo Goulart: juntos e apaixonados
Um amor que se transforma a cada etapa. Assim Nicette Bruno e Paulo Goulart, ambos com 80 anos, definem seu casamento , que completa 60 anos no segundo semestre de 2013.

Mesmo após tanto tempo juntos, os atores contam que a união é viva, romântica e repleta de cuidados um com o outro. É assim quando Paulo aparece com um presente sem data especial, ou quando Nicette faz questão de levar algo bem gostoso para o lanche da tarde do marido. “As pessoas nos perguntam se depois de tanto tempo ainda temos o que conversar. Com tanto tempo, temos mais coisas do que nunca para falar”, diz a atriz, com uma gargalhada.

Nem mesmo a doença que recentemente atingiu Paulo Goulart – ele teve um câncer no mediastino em 2012 e está em recuperação - , abalou o romantismo do casal. Pelo contrário. Serviu para uni-los ainda mais.“Não sei se é possível unir ainda mais, mas reforçou, sim, a nossa união”, diz Nicette. “O pior numa situação dessas não é nem a doença, mas ver as pessoas que amam você sofrendo junto”, diz Paulo, referindo-se à família. O casal é pai de Bárbara Bruno, de 56 anos, Beth Goulart, 52, e Paulo Goulart, 47 anos. Todos atores como eles.

Às vésperas do Dia dos Namorados,  eles conta parte de uma vida. Confira:
Casamento de Nicette Bruno e Paulo Goulart (Foto: Reprodução/Reprodução) 
Nicette e Paulo: casamento em 1954
Qual o segredo para um casamento tão duradouro?
 

Nicette Bruno – Não sei dizer se tem segredo porque a vida de cada um é tão pessoal (risos). Mas temos paixão, que com o tempo foi ampliando e virando o amor, respeito a individualidade do outro e valores em comum. Um deles é a vontade de aprender, aprender sempre e sempre para o bem comum.

Paulo Goulart – Acho que a relação humana é feita de diálogo e respeito a individualidade de cada um. É assim que se divide uma parceria de vida.
O tempo estraga a relação ou ajuda a consolidar o amor?
Nos damos tão bem que nem vimos o tempo passar"
Nicette
Nicette – Não sei... Nos damos tão bem que nem vimos o tempo passar (risos). Acho que você só repara nessas coisas quando é sofrido. Aí, minutos parecem horas. Mas quando é bom, você às vezes pergunta: mas já acabou? (risos). Só comecei a me dar conta disso quando completamos 40 anos de casados.
E vocês pretendem comemorar os 60 anos de casados?
Nicette
– Nós somos muito festeiros. Adoramos comemorar tudo. Não planejamos nada ainda, mas vamos festejar com certeza!
E presente do Dia dos Namorados, vocês costumam trocar?
Nicette
– Mas é claro! Trocamos presentes até hoje. Vou sair e comprar algo para ele. E o Paulo vai incumbir a filha de comprar algo para mim (risos). Ela sempre compra tudo. No dia também vamos comemorar em São Paulo, já que estaremos por lá.

Ter a mesma carreira do outro facilita ou atrapalha?
Nicette
– Não sei... Nos conhecemos assim. Ele indo fazer teste em um espetáculo de teatro em que eu era titular. Depois, criou-se uma parceria, nunca competimos. Sempre tivemos admiração um pelo outro, e que foi só crescendo ao longo do tempo. Admiro o Paulo como homem, marido, amante e ator.

Paulo – Isso faz parte da nossa Família e sempre tivemos que conviver com isso. Foi só mais uma parceria para dividir.
Nicette Bruno e Paulo Goulart em família (Foto: Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal) 
Nicette e Paulo com filhos e netos: família de atores
Como resolvem as crises?
 

Nicette – Acho que a melhor receita é falar, abrir o jogo. Mas tem que ter o momento certo. Nada de falar por impulso. É esperar o momento certo, conversar, procurar o diálogo aberto, franco para ter o entendimento.

Paulo – Cada um tem um processo, um jeito de assimilar as coisas. E, se não conseguiu assimilar na hora, transfere a conversa para o dia seguinte. Acho que o mais importante nessas horas é ser amigo. Amigo nunca cobra. Então, porque vamos cobrar da nossa família?

E as diferenças na relação?
Nicette
– O segredo é respeitar e se adaptar. Por exemplo, o Paulo é diuno, já eu adoro a noite. Ele é mais caseiro, eu adoro ir para a rua. Tem dias que ele se esforça e vai comigo, e tem dias que fico em casa com ele. Mas nada é sacrificante, tudo é fruto do companheirismo. Fazemos pelo prazer de agradar ao outro. Até hoje ele me leva café na cama, e eu sempre compro uma coisa gostosa para o lanche da tarde dele.

O mais importante é ser amigo. Amigo nunca cobra. Então, porque vamos cobrar da nossa família?"
Paulo
Paulo – Às vezes as coisas ficam delicadas, mas é estabilizar, fazer uma reflexão e procurar dialogar. Sempre.
Como lidaram com a doença do Paulo? Um problema assim une ainda mais?
Nicette
– A recuperação dele está ótima. Ele é muito forte e, mesmo nas intercorrências, ele reagiu bem. A recuperação demora mesmo, mas tem sido amenizada. Não sei se é possível unir mais, mas reforça, sim, a união da gente.
Paulo – Estivemos unidos mais do que nunca. A doença assusta muito. Mas o pior numa situação dessas não é nem a doença, mas ver as pessoas que amam você sofrendo junto. Isso é muito ruim.

Qual a maior qualidade da Nicette?
Paulo
– Ela é encantadora. É uma mulher muito justa, não suporta injustiça chega até a sofrer com isso.
Qual o defeito dela?
Paulo
– Acho que ela não tem (risos). Acho que o importante é respeitar a individualidade de cada um e conviver bem.

Qual a maior qualidade do Paulo?
Nicette
– A lealdade dele como homem, o caráter. Ele é franco, sincero, está sempre preocupado em ajudar alguém. Acho que tivemos um reencontro de almas. Nossa ligação é muito forte.

E qual o defeito dele?
Nicette
– Acho que ele não tem (risos).
Nicette Bruno e Paulo Goulart (Foto: Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal)Nicette e Paulo: amigos acima de tudo

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