Carol Magno mostra a rebeldia sofisticada do punk chique

O preto quebrado com grandes acessórios e casaco que imita pelo de animal: Carol Magno mostra a sofisticação do look punk chique, tendência do inverno 2013, no Píer Mauá, na Zona Portuária do Rio

Com apenas 12 anos, a atriz Carol Magno assinou contrato com uma agência de modelos. Um caminho natural para quem andava pelos shoppings e chamava atenção pela altura e traços sofisticados, ainda que os meninos do colégio a chamassem de Olívia Palito. O incentivo para ganhar os ensaios e as passarelas do mundo veio do pai, Rocha, cearense boa-praça, que vislumbrava um futuro de glamour para a filha mais velha. E ele estava certo.
O pai babão certamente ficará orgulhoso ao ver a filha linda e poderosa neste ensaio A Vitória de "Flor do Caribe", novela das 18h da Globo, encarnou uma rebelde de grife ao posar com looks que abusam do preto, inspirados na tendência punk chique presente nas passarelas de marcas como Saint Laurent Paris, Moschino e Andrea Ferreti (e que ainda foi tema do baile de gala do MET este ano). Famosas como Sienna Miller e Miley Cyrus também entraram na onda dos couros, tachas e correntes, numa releitura do movimento imortalizado a partir do fim dos anos 1970 pelos ingleses. "É uma moda usável, bonita e democrática. Sou mais discreta, mas usaria várias destas peças", observa a atriz, de 26 anos.
Dos tempos de modelo, ela guardou um apurado senso estético. Amante de bons cortes, vestidos e joias, Carol já perdeu as contas de quanto gastou em mimos para si mesma. "Não lembro quanto paguei em roupas, mas joias me fazem perder a cabeça. Vou à falência! Gosto de coisas bem delicadinhas, com brilhantes, como as feitas pela joalheria Lydia Dana", descreve ela, que mostra um pequeno crucifixo cravejado de pedrinhas que carrega no pescoço.
No guarda-roupa, Carol Magno tem vestidos da Agilitá e Farm, além de marcas internacionais menos badaladas. Neste ensaio, a atriz destaca a calça de couro, as saias e a ankle boot como os itens preferidos com os quais posou num dos armazéns do Pìer Mauá, Zona Portuária do Rio. "Gosto do high low. A calça de couro eu usaria com camiseta básica, as saias com uma camisa de botão. Não sou de grandes acessórios, mas a combinação destes que usei ficou incrível. É punk, mas também muito sofisticado", avalia ela, que tem 1,74m, 54 kg, e mantém a forma com musculação, muay thai e patinação: "Gosto de me exercitar, tenho alimentação regradinha e amo ser magra".
A ex-Olívia Palito, que segundo os "amigos" tinha que levar pedras no bolso para não voar quando ventasse, foi parar na China, sozinha, aos 16 anos. Apenas com sonhos na bagagem e o português na ponta da língua. O tal futuro glamouroso que o pai previra, no entanto, começou com muitos perrengues. "Sofri muito de solidão, sentia fome. Passei dois meses à base de pão, biscoito e macarrão instantâneo para não gastar dinheiro. E não contei nada para os meus pais, porque eles me mandariam voltar", conta ela.

 

O couro ecológico na calça e na frente única usadas
por Carol Magno em proposta do EGO
 

A moça ficou um ano trabalhando fora do país, entre China, Tailândia e Índia. Engordou oito quilos, teve que secar rapidamente e fez dezenas de capas de revistas. Ao voltar ao Brasil, Carol passou a estrelar comerciais na TV. Foi aí que ouviu que tinha que virar atriz e passou a acreditar que havia ali uma profissão a ser descoberta. "Todo mundo dizia que eu levava jeito. Desde criança, na verdade, queria ser a Babalu, personagem de Letícia Spiller. Eu amava 'Quatro por quatro' (novela das 19h exibida em 1994)", recorda ela. Carol teve o primeiro papel numa novela turca, "Yalanci Yarim", exibida no exterior, em 2006. "Foi uma loucura. Fiz uns testes, fui passando de fase, e, quando vi, já estava gravando em Istambul. Eu era uma italiana que tentava seduzir um turco lindo e rico para entregar tudo à máfia", conta.
A aventura durou quatro meses apenas. Carol Magno pediu para sair da trama após uma briga com o dono da agência em que trabalhava e por não se adaptar aos costumes locais: "Eles são machistas demais". O começo nebuloso, porém, não a traumatizou. Carol fez pequenas pontas na Globo e Record, e hoje encara o primeiro papel de fato, servindo mesas e dançando no restaurante de Cassiano (Henri Castelli), na novela das seis da Globo.

Carol Magno posa de regata de malha, saia com aplicações de tachas e jaqueta de couro: punk de grife