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terça-feira, 18 de junho de 2013

'Já ouvi convites indecentes', conta uma das musas de Parintins

Dançar com peças minúsculas na frente de uma multidão é a missão assumida pelas manauaras Tatiane Barros e Maria Azêdo uma vez por ano. Como cunhãs-porangas dos bois Garantido (vermelho) e Caprichoso (azul), respectivamente, as morenas se acostumaram com o assédio masculino dentro e fora  do Festival Folclórico de Parintins, que será realizado nos próximos dias 28, 29 e 30. Ao posar para o Paparazzo que vai ar na sexta-feira, 21, a dupla  contou que nem sempre a aproximação dos homens é respeitosa.
''Já viajei muito para representar o boi. Conheci a Europa, os Estados Unidos, a Bolívia... Sempre que fui me apresentar lá fora encontrei estrangeiros que ficavam boquiabertos comigo. Pegavam no meu cabelo com espanto, fixavam os olhos no tamanho da minha roupa e até levavam broncas das suas mulheres. Eu me acostumei com esse tipo de admiração, mas às vezes passa do ponto. Já passei por situações delicadas, como quando convido alguém para dançar comigo no palco e essa pessoa quer apertar onde não deve ou pegar de forma agressiva, aí eu boto freio do meu jeito. Dançarina não é garota de programa, mas não tem como se livrar dos convites indecentes. Já ouvi muitos deles. De gente importante, querendo oferecer muito dinheiro para ter um 'show particular', isso me ofende'', desabafou Tatiane.
O Festival de Parintins acontece desde 1965 na cidade de mesmo nome, às margens do rio Amazonas, a 420 quilômetros de Manaus. È uma das festas mais populares do Brasil e reúne cerca de 35 mil pessoas todos os anos.  No evento, os dois bois da cidade reconstroem a história de Mãe Catirina, uma grávida que faz o marido matar o boi preferido do patrão para matar seu desejo de língua do boi. As apresentações são cheias de danças, personagens, lendas e fantasias. Nesse enredo, A cunhã-poranga é uma guerreira, cheia de beleza. A personagem substituiu o item Miss do Boi, que surgiu nos primeiros festivais.
''Somos um item importante na agremiação. Sinônimo de paixão, garra, mas também de beleza. É normal que isso deixe o público masculino entusiasmado. A beleza da mulher cabocla desperta curiosidade e chama a atenção em qualquer lugar. Todas as minhas tias são casadas com homens do Sul ou de fora do país, eles ficam encantados. Mas uma coisa é olhar e admirar, outra é pegar ou agir com preconceito''.

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