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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Ator que faz travesti em ‘Sangue Bom’ não é reconhecido nas ruas


Luiz André Alvim (Foto: Divulgação Rede Globo/Twitter) 
Luiz André Alvim
Depois de mais de 20 anos de carreira no teatro, Luiz André Alvim não imaginava que fosse viver um papel tão único como o da Mulher Pau de Jacú, um travesti que integra o grupo de mulheres fruta da novela “Sangue Bom”. O convite veio da autora Maria Adelaide Amaral, com quem ele tinha trabalhado em “JK” e “Ti-ti-ti”.

A porção feminina do personagem dá trabalho e o resultado deixa Luiz tão diferente que poucas pessoas reconhecem o ator sem o visual da Jacú. “Até no estúdio tinha gente que conhecia a mulher fruta e não me conhecia. O trabalho da equipe de caracterização é impressionante. Para mim é muito claro que 50% do personagem é caracterização. Cheguei lá de moto, barbado... Virei travesti de peito e bunda”, lembra ele.

Luiz já tinha vivido uma mulher no teatro, mas para dar vida à Mulher Pau de Jacú, ele frequentou alguns lugares do Rio de Janeiro conhecidos como redutos de travestis: “Comecei vendo travestis em Copacabana e fui num show de travesti na Lapa. Minha dificuldade maior era um homem fazendo travesti. Mudar a voz, dar uma ‘desmontada’ e ficar homem rapidinho são brincadeiras que posso experimentar", explica.
Luiz André Alvim (Foto: Reprodução/Facebook) 
Luiz André: salto e unhas pintadas
Depilação e salto alto
Viver uma mulher fruta inclui unhas postiças, andar de salto alto e vestido curto. Mas o problema mesmo está em rebolar: “Andar com salto eu treinei bastante e levo numa boa, mas dançar de salto é bem diferente. Tem uma coisa do corpo mesmo, as meninas têm uma coisa mais mole que eu sei que não vou conseguir fazer nunca. Conversei com o Fly (coreógrafo da novela) e descobrimos que a cara é mais importante. Eu tento fazer igual, me esforço e fica legal.”

Além de todos os acessórios, Luiz também costuma depilar o corpo para a personagem: “Dói bastante”, confessa. “Por um outro lado é muito divertido, poucas vezes estive tão feliz. É um presente fazer um personagem como esse, em que você tem que fazer tudo diferente, nada próximo de você mesmo”, pondera.

Apesar de estar adaptado ao universo feminino, ele confessa que a melhor hora do dia costuma ser o fim de uma gravação: “Demoro umas duas horas e meia para ficar pronto, mas para desmontar é bem rápido (risos). Quando eu fico muito tempo com a roupa começa a incomodar, é o salto que começa a doer, a unha postiça não me deixa nem atender ao celular...” Tá pensando que travesti é bagunça?

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